
Introdução
Segundo a tradição, Zé Pelintra nasceu em sua forma humana no estado de Pernambuco. Embora frequentemente associado ao Rio de Janeiro, especialmente ao bairro da Lapa, ele transcende territórios. É o santo malandro, boêmio, protetor dos humildes e guia dos esquecidos. Partiu ou melhor, se encantou em 1920, tornando-se uma das entidades espirituais mais cultuadas em todo o Brasil.
Seu Zé Pelintra alumia nossa gente, nosso povo…
Boa noite pra quem é de boa noite!
Somos oriundos do Candomblé, herdeiros da ancestralidade africana. Na pele preta, negra ou mulata, corre o sangue guerreiro da resistência. Somos a fé que enfrenta, a devoção que avança. Nosso carnaval segue como procissão riscando o chão, ostentando com orgulho o sagrado pavilhão — preto, vermelho, azul e branco. As cores do nosso manto!
Com reverência e axé, viemos homenagear Seu Zé Pelintra!
É luz, é espiritualidade…
Venho lá de Aruanda: sou boêmio, sou malandro.
Saravá, Seu Zé Pelintra! Moço do chapéu virado, na direita é maneiro, na esquerda é pesado…
Dizem que o amor se sente na pele,
Dizem que o amor brilha no olhar,
Dizem que o amor é uma rosa vermelha a desabrochar,
Dizem que o amor é divino, espiritual,
Dizem que o amor vem pra lavar a alma e encher o coração de felicidade.
É ele quem está chegando… Seu Zé!
Sou do samba, sou filho de Santa Bárbara,
Agraciado com as bênçãos de Oyá.
Sambista, poeta, artista
Peço licença para essa homenagem apresentar.
Com muito amor e devoção, vamos exaltar: SEU ZÉ PELINTRA!
Chegou à escola de samba da Zona Leste,
Do Itaim Paulista: Unidos de Santa Bárbara!
Hoje, todo ritmista é ogã,
E vem batucar para encantar,
Contar essa história viva,
Nas encruzilhadas e na memória da cultura popular.
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