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		Há momentos 
		em nossas vidas em que gostaríamos que o mundo parasse, para que 
		pudéssemos retroceder no tempo, e esquecer um pouco este mundo louco em 
		que vivemos e voltar a ser o que no fundo nunca deixamos de ser, ou seja 
		criança. 
		
		Hoje sento 
		na varanda e as recordações surgem em minha mente uma a uma. Como era 
		lindo o sol da manhã irradiando calor e alegria, lá fora a passarada 
		cantava, mamãe me acordava para o café da manhã e em seguida ia eu rumo 
		ao be-a-bá da vida aprender com a professorinha. 
		
		De volta 
		para o lar o almoço me esperava, e em seguida a tarefa escolar, ao 
		término desta ainda sobrava um tempo para ajudar meus pais no plantio e 
		na preservação das coisas da natureza, pois assim fui ensinado. Cai a 
		tarde, é hora de brincar com meus amigos; rodar pião, jogar pelada, bola 
		de gude, trocar figurinhas, etc. 
		
		Por outro 
		lado as garotas jogavam amarelinha, brincavam com bonecas, passa anel, 
		enfim, coisas de mulher. 
		
		Vem a noite 
		e as estrelas surgem com intenso brilho para anunciar que a Mãe do Céu 
		(a Lua), virá para iluminar nossos sonhos de criança adormecidos em 
		nossa mente. É hora de dormir diz mamãe, e lá vem vovó arqueada com seus 
		cabelos brancos e aquele sorriso franco, para me contar histórias de seu 
		tempo que me faziam ninar e quando sentia que eu estava prestes a dormir 
		me dizia: Durma com Deus, sonhe com os anjos. 
		
		E assim faço 
		até hoje, sonho que sou gente grande, mas quando acordo, sinto a falta 
		daquela criança em mim. 
		
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