ÔÔÔÔ
Eu sou a chuva que vem do Saara
Trazendo segredo na onda do mar
Iara... ê, Iara
Na folha sagrada que vem me curar
A voz que ecoa na Roma Negra
O toque que embala a nação
Matriarca que a história carrega
Feiticeira da minha canção
Quem não sente o balanço da rua
Não conhece a Bahia que sou
Na ladeira do Pelô minha alma flutua
Na Tradição, meu axé é amor
Tambor ecoa no fogo da noite
Cortejo segue na luz do luar
Cacau perfuma o cheiro da mata
Corrente quebra na força do olhar
Na corda vibrou a primeira canção
Dodô e Osmar tocaram o céu
Explode a avenida em pura emoção
é grito do povo, destino fiel
No ouro do mendigo a festa reluz
Sou barro da rua, sou filho da luz
Ao som da guitarra arrastando a cidade
Força da ancestralidade
Na Bahia que nunca vai se calar
Na Bahia que nunca vai se calar
A cidade estremece ao me ver passar
No trio a candeia virou clarão
é festa que nunca vai acabar
Meu canto é força, é tradição.
|