
"Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor"
(A BANDA, 1966-CHICO BUARQUE)
Meu bem, deixe as dores de lado e ouça este som. Lá vem a banda da Acadêmicos do Butantã cantando coisas de amor! É disso que a gente precisa! Só o amor é capaz de nos alegrar, nos corrigir, dar força e capacidade de entender, perdoar e seguir em frente.
À medida que o som avança, o povo de vida sofrida abandona por alguns instantes aquilo que lhes causa algum tipo de dor para aproveitar aquele momento. Rapidamente a avenida é tomada por gente de todos os cantos e, mesmo ocupadas com suas atividades cotidianas, as pessoas pararam o que estavam fazendo para ver, ouvir e dar passagem.
Esta banda acaba sendo uma distração positiva para que todos possam se conectar com o instante. Até mesmo a moça que estava triste sorriu, a rosa que vivia fechada se abriu e o que era cinza o amor coloriu. Viva você também a musicalidade! Viva o agora e o sopro de amor que a banda propaga pela cidade!
A cada verso, a música mexe com as emoções e se funde às nossas histórias. Ela deixa a meninada alvoroçada e inspira o homem que se sentia velho a dançar. Ela faz a moça correr até a janela acreditando que a banda tocava só para ela. É como se a alegria não tivesse fim. Até mesmo a lua cheia, que estava escondida, surge assim que a banda ocupa toda a avenida.
Ah! Como é belo ver de perto o poder que a banda tem de espalhar felicidade por onde passa. Quando nos demos conta, toda a cidade estava enfeitada como se fosse carnaval.
E se alguém estava carente de amor, depois que a banda passou, ela preencheu cada espaço vazio, mesmo que temporário, com um sentimento doce e verdadeiro que musicou a minha alma e a de toda a nossa gente.
Assinado: Poeta Buarque
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