Introdução
 
O samba está em celebração e a nossa Unidos de São Lucas é a anfitriã, desta festa, em 2020 completamos 40 anos de existência "Jubileu de Rubi".
 
Somos destaque no cenário sambista paulistano, nosso manto preto, vermelho e branco já cobriu várias passarelas com a mais pura cultura, e neste carnaval voltamos a celebrar um mito, um cardeal do samba, o Águia da Central, um dos grandes defensores da nossa arte, Alberto Alves da Silva (Seo Nenê ), que se estivesse entre nós, estaria completando 100 anos de dedicação ao samba.
 
Sinopse
 
Os Arautos da Folia, aqui são os Arlequins materializados com trombetas e vem sob chuva de confetes e serpentina anunciar que a festa vai começar em nosso Jubileu de Rubi.
 
O manto azul e branco da escola que recebeu o nome do nosso homenageado, vai se incorporar nas cores do nosso Pavilhão, para em pinceladas e em poesia contar a história deste desbravador da nossa cultura popular.
 
O pandeiro um dos nossos símbolos junto com a Águia da Nenê de Vila Matilde, irão dar o tom e exaltarão o Cacique do Samba, um dos apelidos de Seo Nenê que também fora chamado de Cardeal do Samba e fazer um grande tributo ao ninho do águia.
 
Voltando no tempo vamos relembrar de uma rapaziada da zona leste que se reunia, para rodas de samba no Largo do Peixe. Descontração no ritmo e ousadia nas pernadas, vindas do jogo de Tiririca e capoeira assim era Seo Nenê um destaque nesses encontros. Alegre brincalhão, descontraído, comandava os jovens em suas fuzarcas nos finais de semana ali, naquele cantinho da zona leste paulistana.
 
A presença nesses encontros das moças da região era frequente para assistirem as algazarras dos jovens e dentre elas Seo Nenê, encontrou aquela que seria sua companheira para vida e arte, Dona Tereza a Madrinha Tereza como seria chamada mais tarde, uma negra linda e prendada, boa nos quitutes, se tornou sua esposa e desta relação de amor nasceram os três filhos Alberto Alves da Silva Filho (o Betinho), Gilberto Alves da Silva e Adalberto Alves da Silva (Bonani).
 
Em 1949 reunido com vários amigos resolveram fundar uma Escola de Samba, na hora de registrar os amigos não tiveram dúvida em homenagear o grande incentivador e batalhador do samba e a escola fundada então chamou-se Nenê de Vila Matilde.
 
O Cacique se aliou a Moraes Sarmento, a um profissional das ondas do rádio, um radialista importante da época e defensor do samba e da música popular brasileira.
 
Com outros dirigentes de entidades sambísticas da época, saíam anualmente em busca de patrocínio das Emissoras de Rádio, Clube dos Lojistas e empresários para organizarem e promoverem os desfiles e concursos para as Entidades Carnavalescas da época.
 
Anos de lutas deu resultado até que em 1968, conseguiram que os poderes públicos, organizassem e subsidiassem o evento e assim se deu a oficialização dos desfiles das nossas Escolas de Samba.
 
Alberto Alves da Silva, permaneceu como presidente de sua agremiação por cerca de 40 anos, foi buscar como madrinha a Portela do Rio de Janeiro, e adotou a águia como símbolo e as cores da agremiação carioca o azul e branco que seria lenda no mundo do carnaval paulistano. Mesmo sendo apadrinhado pela escola de Madureira, nunca escondeu seu amor pela Estação Primeira de Mangueira onde tinha muitos amigos, já que jovem circulava muito pelo samba da capital dos Cariocas.
 
Seo Nenê construiu uma bela quadra na região da Vila Matilde e tinha orgulho de falar que seu terreiro de samba foi a primeira quadra coberta do país. Na sua história como dirigente conquistou muitos prêmios e títulos para sua agremiação. A Nenê se orgulha de ter sido a única escola até os dias de hoje a desfilar na Marquês de Sapucaí, quando em 1985 fora campeã do carnaval paulistano com o Enredo " O Dia que O Cacique Rodou a Baiana.
 
Alberto Alves da Silva foi homenageado no palácio do governo paulista em 2010 com a comenda "Ordem do Mérito Cultural".
 
Este homem por tudo que fez em favor da nossa arte, é um Estandarte da Cultura e luta Negra.
 
A nossa Entidade nesta noite com nossos 40 anos de puro amor de amor ao samba paulistano, orgulha-se de reverenciar este Baluarte, que muito contribuiu para o engrandecimento do carnaval paulistano comemorando nessa folia de momo e nesta região onde as rodas de samba varavam a noite, a Sagração da São Lucas e o centenário do Águia da Central, onde dezenas de Escolas de Samba, desfiram seus enredos para comemorarmos nosso Jubileu de Rubi, em busca da nossa Sagração e retomar o caminho lindo, já vivido pela comunidade do Parque São Lucas, orgulhosamente lado leste desta metrópole que hoje é samba puro.