::.. CARNAVAL 2015 - G.R.C.E.S. NENÊ DE VILA MATILDE................................
FICHA TÉCNICA
Data:  13/02/2015
Ordem de entrada:  7
Enredo:  Moçambique - A Lendária terra do Baobá sagrado !
Carnavalesco:  Pedro Alexandre - "Magoo"
Grupo:  Especial
Classificação:  7º
Pontuação Total:  269,2 - [Vejas as justificativas]
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  5
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Rinaldo José Andrade - "Mantega"
Diretor de Carnaval:  Lucia Helena
Diretoria de Harmonia:  Marcio Telles
Mestre de Bateria:  Mestre Markão
Intérprete:  Agnaldo Amaral
Coreógrafo da Comissão de Frente:  Nilldo Jaffer
Rainha de Bateria:  Ariellen Domiciano
Mestre-Sala:  Jefferson Gomes
Porta-bandeira:  Janny Moreno
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO
AO VIVO DA AVENIDA

Samba Enredo

COMPOSITORES: AFONSINHO, RUBENS GORDINHO, DEDÉ, D'MALVA E JAIR BRANDÃO

AMANHECEU, RESPLANDECEU, OUTRA VEZ CLAREOU
EU SOU RAIZ DO POVO BANTO
PRESENTE QUE O TEMPO OFERTOU
SABEDORIA, LEGADO DOS MEUS ANCESTRAIS
TRAGO UM "ELDORADO" DE RIQUEZAS NATURAIS
HISTÓRIA SINGULAR, GUERREIRA AO DESPERTAR
SAGRADO...MEU NOME É BAOBÁ

 

O MAR VIROU... O MAR VIROU... MAREIA
AO LONGE OUÇO O CANTAR... SEREIA
EU VI CHEGAR O INVASOR
DRAGÕES E FILHOS DE ALAH
DEMÔNIOS DE ALÉM MAR

 

TESTEMUNHAS DE BATALHAS, RESISTÊNCIA
EU NÃO ME CURVO JAMAIS
LIBERDADE, VEIO A INDEPENDÊNCIA
UM FORTE LAÇO SE FAZ
HOJE A SAVANA RENASCE E A VIDA FLORESCE NOS BRAÇOS DA PAZ
PÉROLA DO ÍNDICO, TERRA DE ENCANTOS E MAGIA
SURGE O "LEÃO DA TECNOLOGIA", VEJO UM FUTURO PROMISSOR
ESPÍRITO ANCESTRAL, EU VIM PRO CARNAVAL
TRAZENDO O SORRISO DESSA GENTE
MINHA ÁGUIA ESPALHA ESSA SEMENTE

 

BATE O TAMBOR DO MEU SAMBA, SURDO, TAROL E REPIQUE
A VILA HOJE CANTA MOÇAMBIQUE
VEM BATERIA DE BAMBA, QUEM ESPEROU PRA ME VER
CHEGOU NENÊ

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: Magoo

Sinto uma forte vibração vinda de além-mar...
Tambores anunciam que uma convidada ilustre acaba de chegar
Seja benvinda águia azul e branco de tantas histórias, junte-se às crianças do meu povo para ouvir minhas memórias.
Nasci do ventre da mãe África e conheço esse solo por inteiro, para contar o que testemunhei, recorro à sabedoria de um velho feiticeiro que será meu porta-voz, pois conversa com os elementos da floresta, negra herança de um povo, misticismo que se manifesta. Começo minha história aqui, este é meu ponto de partida, Me chamo Baobá, sou a árvore sagrada da vida!

Curvem-se a mim com respeito e devoção, pois meus galhos são mais antigos do que a sua própria nação, imponente na paisagem, água em meu corpo tenho o dom de armazenar, sou raiz forte, resisti a todo tipo de adversidade que se possa imaginar. Vi a chegada de negros de língua Bantu vindos de outras partes do continente fazendo morada em nossas terras, trazendo os costumes de sua gente, um povo que produzia e manuseava objetos de ferro com rara habilidade, suas tribos, linhagens e etnias viveram um longo período de prosperidade, Tinham tudo à vontade, ouro, madeira, marfim e várias outras riquezas naturais, Exploraram e negociaram sem limites em nome das tais atividades comerciais. Sob a proteção de minha sombra, Monomotapas dominavam o interior, enquanto no litoral, os Suailis trocavam mercadorias com seja lá quem for, tolos, mal sabiam que isso despertou a cobiça do futuro invasor.

Conheço como ninguém todas as lendas desse lugar, muitas são reais e outras partiram do imaginário popular, Dizem que a muito tempo, da terra das mil e uma noites um sultão aqui chegou, Como Mussa Ben Mbiqui se apresentou e por aqui mesmo ficou. Hábil comerciante, negociava com mercadores vindos de todos os lados e devido a isso, de "terra de Moçambique" passamos a ser chamados.

Posso sentir novamente um vento frio em meu tronco bater pois puxo agora da memória relatos antigos difíceis de esquecer. Lembro-me bem do dia em que tudo começou... Foi quando um povo fugido das adversidades do deserto aqui chegou trazendo em sua bagagem uma nova cultura, costumes e religião, Nos deram tapetes, miçangas, tecidos, perfumes, venderam ilusão, em troca levaram ouro, marfim e nossos filhos para escravidão. os árabes transformaram nosso litoral num grande mercado a céu aberto pois a febre do ouro deixou nossos defensores com os olhos encobertos, brigavam entre si na floresta em nome da ambição, abrindo as portas para o inimigo, pois enfraqueceram nossa nação.

Nesse período eu já era respeitado, ninguém ousava mexer com o Baobá sagrado, sempre reinei soberano em comunhão com espíritos dos ancestrais água, terra, fogo e ar, sempre fui parceiro dos elementos naturais. Ventos vindos do litoral trazem um relato de pura magia, pude sentir a esquadra do navegador Colombo quem diria, dar meia volta, amedrontados com o que acabaram de enxergar, eram as sereias negras enviadas pelos deuses, protetoras do nosso mar. Muitas vezes, fui refúgio, dei sombra e abrigo para quem queria se proteger do inimigo. testemunhei a chegada dos dragões vermelhos da maldade empunhando espadas reluzentes , espalhando medo e crueldade.

Com muito orgulho posso afirmar, que muitas vidas ajudei a salvar Afinal, para se esconder dos espanhóis lugar melhor não há do que a parte de trás do tronco desse velho Baobá! Meus galhos estremecem... pois lembro como hoje do dia em que aportaram em nossas terras, vindos em caravelas negras envoltas da fumaça das trevas ,
Os mais cruéis invasores que enfrentamos, que entraram sem pedir licença saqueando, escravizando, impondo uma nova língua e uma nova crença. testemunhei a chegada dos demônios verdes enviados pela coroa de Portugal com a aparência de bodes infernais, eram a mais pura representação do mal. Porém, os mesmos espíritos que guiavam os antigos guerreiros incorporaram no nosso povo e lutamos por séculos inteiros. Não aceitamos o domínio com passividade, tivemos paciência e graças a essa gente conseguimos a sonhada independência.

Por isso, convido a todos que celebrem a tão sonhada liberdade, Que o som das timbilas e tambores ecoem e espalhem nossa felicidade. Quero ver a tribo Makonde em festa, onde a alegria vive e se manifesta,é lindo ver as máscaras mapico num ritual de iniciação e mulheres com coloridas capulanas, mantendo viva a tradição.É batik, é batuque, é alegria em comunhão com a natureza, se me perguntarem onde as águas são mais azuis, afirmo com certeza que em Bazaruto as riquezas marinhas encantam pela beleza. Vejo com alegria a savana renascer, depois de um período de tribulação, reino soberano em Gorongosa, com os animais que habitam esse chão.
Somos uma nação onde a natureza é preservada e a fauna não para de crescer,é a vida selvagem que ressurge em Moçambique, é assim deve ser!

Para os males da alma e do corpo, nossos curandeiros tem a cura Ensinamentos ancestrais com medicina, essa é a grande mistura. Vejo novos estrangeiros chegando por todos os lados provavelmente encantados, com tanta alegria e diversidade. Minha capital de simples tribo se tornou uma grande cidade. um povo de pele amarela apostou na nossa capacidade de mexer com a terra, assim como aprendemos dos antigos, abrimos fronteiras fizemos amigos.

Nos tornamos "o leão tecnológico", o futuro do continente, mais se perguntarem qual o segredo do sucesso crescente, afirmo com a propriedade de quem viveu o passado e o presente... o sorriso e a alegria dessa gente!Termino aqui a minha trajetória, cumprindo e contando minha história. Sou o Baobá sagrado, árvore soberana da floresta,
por isso, não quero tristeza, quero festa, entrego meu fruto para vocês jovens, como símbolo de conhecimento. Das minhas cinzas que não são de morte e sim de renascimento, retiro as sementes da prosperidade e entrego a águia guerreira, peço que cumpra a sua missão e as espalhe pela terra inteira.

Voe pela imensidão, seja a minha mensageira! Só assim então, teremos garantias de tempos felizes, As sementes virarão árvores sólidas que espalharão suas raízes.
Saibam que nossa conversa, no tempo se eternizará Para que todos lembrem sempre, dos ensinamentos deste velho Baobá!


FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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