
Argumento
Não se sabe ao certo há quantos milhares de anos o homem começou a falar, entretanto, é certo que isso só aconteceu depois que se libertaram as mãos, quando deixou de ser quadrúpede. Com as mãos libertas, o homem pode segurar os alimentos e assim a boca, que antes precisava segurar e despedaçar, se viu livre também. Resumidamente, foi a liberdade da língua.
Uma vez liberta, a língua não parou mais, inicialmente transmitia-se conhecimento - necessário para fazer etc. - mas, não satisfeita, a língua os artefatos de caça passaram também a transmitir mais que conhecimento, passou a especular, perguntar, inclusive, sobre a vida alheia. Nascia então a Fofoca.
De lá pra cá a Fofoca tornou inclusive uma característica da comunicação e, se somente o homem utiliza a linguagem, a fofoca é, portanto, uma característica fundamentalmente humana.
Sinopse
A língua do homem primitivo se liberta e não para de crescer, torna-se tão grande que deixa de caber na boca. Mas a Fofoca não se contenta em se manifestar apenas através da língua e, ainda nas cavernas, surgem os primeiros registros visuais, desenhos que são as primeiras cenas registradas do cotidiano humano e, porque não dizer, como cenas da realidade, são os primeiros reality shows.
O zum zum zum e o ti-ti-ti evoluem com o homem e a vida fica então enredada em fuxico. E, de telefone sem fio em telefone sem fio não se sabe mais o que é história e o que é estória.
Dizem que sonhar com piolho é sinal de fofoca e, se a orelha está queimando com certeza tem alguém falando de você. Ou seja, com certeza você já caiu na trela da intriga que é como a teia de uma aranha: uma vez que gruda em você é difícil de desgrudar.
Mas já que é para falar, vamos desabafar: tem gente que ouve demais Outros não saem da janela passam o dia no "camarote" a observar o "movimento". Até no trabalho, a rádio pião não dá trégua e se você não estiver por dentro de tudo fica impossível a vida corporativa.
Mas o que a gente não resiste mesmo é saber as últimas da intimidade daquela celebridade da qual somos fá. E mesmo quando a gente tenta não ligar, vem um paparazzi e publica aquela foto indiscreta e não temos sossego enquanto não olhamos.
No jornal também é inevitável passar o olho na coluna social isso quando, na banca, não vamos direto naquelas revistas especializadas em fofocas de celebridades.
Em casa, o controle remoto da TV insiste em dar uma espiadinha nos programas do tipo reality show porque tem coisa mais gostosa do que ficar monitorando os outros por alguns momentos?
Hoje em dia até as redes sociais estão em sintonia com a Fofoca: tem hora que não resistimos em preencher o campo "no que você está pensando", além é claro, de dar uma boa xeretada nas fotos alheias.
Mas chega de fofoca! (Até parece que a gente gosta disso). Bom carnaval e divirta-se com a Mocidade Robruense.
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