A Eterna busca do homem a caminho da paz interior e submissão de seus erros de forma geral parte das trevas de uma vida sem fé e sem crença. O homem precisa crer para que possa alcançar a luz e a paz consigo mesmo. A vida sem fé é como uma busca por um caminho perdido.
 
O ser-humano que não crer pode ser tocado por uma força muitas vezes inexplorada. Eis o mistério da fé, a luz que mostra o caminho para uma vida de pureza e verdades.

Quando se tem fé e acredita verdadeiramente em algo, ou alguém não há espaço para dúvidas ou desconfianças. A fé quando é verdadeira se torna dentro de nós algo único e absoluto não dando margem para qualquer tipo de oscilação. A fé é a luz da pureza.
 
Desde sempre o homem busca explicar a força que move o homem a crer. A ciência contemporânea tentou explicar através da genética que a fé humana é determinada através de seu DNA. Diimmy Hamer, geneticista americano, em 2004 liderou uma pesquisa em Washington (EUA) onde ele aponta que cada pessoa carrega em si os genes de Deus, e de acordo com a quantidade de genes que carregamos determina a quantidade de fé que temos diz a pesquisa.
 
Voltando nos registros da ciência, vemos que na era moderna a ciência tentou através da criação do mundo explicar a fé. Charles Darwin e sua teoria da evolução combatia a crença cristã que pregava a criação do mundo em sete dias por meio da mão de Deus. Galileu Galilei por sua vez defendia a criação do mundo através de uma grande explosão, o Big Beng. Condenado pela igreja católica, e tido como herege, foi repudiado pelo clero por ir contra a fé cristã e seus criacionistas que tinham suas teses baseadas na bíblia.
 
Desde a antiguidade a ciência tenta explicar qualquer forma de manifestação espiritual. Um grande exemplo são os milagres, que a religião, em sua maioria os cristãos denominam como evento sem explicação cientifica e os cientistas sempre buscaram a prova contraria.
 
Alguns teóricos e filósofos tratam o cristianismo como os pregadores da morte, por conta de a fé cristã pregar uma vida regrada para uma paz sublime após a morte, 6 até mesmo para ter uma redenção de seus pecados no dia do juízo final quando os cavaleiros do apocalipse vêm a terra para salvar os virtuosos e condenar os indignos.
 
A fé que pregava a paz também moveu guerras, e a inquisição na idade média teve como razão a extinção de qualquer forma de fé que não fosse cristã. A igreja católica condenou a fogueira bruxas e feiticeiras que praticavam outros tipos de crenças que fugiam das palavras de cristo.
 
A fé que moveu guerras deu nome a regiões chamadas "santas", regiões essas que constantemente convive com guerras, os países árabes ocupam um território conhecido como "terra Santa", por ter sido o local onde nasceram as três principais religiões monoteístas do mundo, o islamismo, cristianismo e judaísmo. A fé num único Deus não é regra, mas nessas três religiões nascida no oriente um único deus é o centro da fé, ambos seguem os ensinamentos de um "profeta", no caso dos islâmicos, Maomé, para os cristãos, Jesus Cristo e para os judeus, Adonai. Os suntuosos palácios, tendas, especiarias e artefatos de decoração faz dessa região da Ásia uma das mais ricas do mundo.
 
Partindo de religiões passamos a ver movimentos ou doutrinas que tem a fé baseados em conceitos filosóficos. O Judaísmo é a mais antiga das três principais religiões monoteístas. Surgido da religião mosaica, o judaísmo, apesar de suas ramificações, defende um conjunto de doutrinas que o distingue de outras religiões a crença monoteísta em Adonai. A fé judaica é a maneira com que o judeu expressa seu judaísmo. Ao contrário do que possa parecer externamente, não há uma unidade religiosa judaica. Cada judeu expressa sus forma de religião, de acordo com o pensamento religioso comunitário ao qual adere, o símbolo que se refere ao judaísmo é uma estrela com seis pontas, chamada estrela de Davi.
 
Inspirados pelo judaísmo, muitos dos princípios éticos maçônicos foram criados seguindo o antigo testamento, os ritos e símbolos da maçonaria e outras sociedades secretas recordam a reconstrução do Templo de Salomão, a estrela de David, o selo de Salomão, os nomes dos diferentes graus, como por exemplo: cavalheiro Kadosh ("Kadosh" em hebraico significa santo), Príncipe de Jerusalém, Príncipe do Líbano, Cavalheiro da Serpente de Airain etc. A maçonaria (forma reduzida e usual de franco maçonaria) é uma sociedade discreta de carácter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática e filosófica.
 
Do oriente médio a Ásia meridional chegamos à filosofia do budismo, uma religião e filosofia não-teísta, abrangendo uma variedade de tradições, crenças e práticas, baseadas nos ensinamentos atribuídos a Siddhartha Gautama, mais conhecido como Buda ("O Iluminado"). Buda viveu e desenvolveu seus ensinamentos no nordeste do subcontinente indiano, entre os séculos IV e VI a. C. Buda é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal redescoberta aos demais seres. Atualmente, as referências ao Buda referem-se em geral a Siddhartha Gautama, mestre religioso e fundador do Budismo no século VI antes de Cristo. Ele seria, portanto, o último Buda de uma linhagem de antecessores cuja história perdeu-se no tempo. Conta a história que ele atingiu a iluminação durante uma meditação sob a árvore Bodhi, quando mudou seu nome para Buda.
 
Ainda na Índia O hinduísmo, tradição religiosa que se originou no subcontinente indiano. Frequentemente é chamado de Sanatana Dharma por seus praticantes, frase em sânscrito que significa "a eterna (perpétua) dharma (lei)" Num sentido mais abrangente, o hinduísmo engloba o bramanismo, a crença na "Alma Universal", Brâman; num sentido mais específico, o termo se refere ao mundo cultural e religioso, ordenado por castas, da Índia pós-budista. É formado por diferentes tradições e composto por diversos tipos, e não possui um fundador. Estes tipos, sub-tradições e denominações, quando somadas, fazem do hinduísmo a terceira maior religião, depois do cristianismo e do islamismo, com aproximadamente um bilhão de fiéis, dos quais cerca de 905 milhões vivem na Índia e no Nepal.
 
Indo para Ásia oriental chegamos a uma das manifestações mais numerosas dessa região. China, o maior país da Ásia. O Taoismo (ou daoísmo) é uma palavra empregada para traduzir dois termos chineses distintos, "Daojiao", que se refere aos "ensinamentos ou à religião do Dao", e "Daojia", que se refere à "escola do Tao (ou Dao)", a uma linha de pensamento da filosofia chinesa.
 
Ainda na Asia oriental no Japão o xintoísmo é o nome dado à espiritualidade tradicional dos japoneses, considerado também uma religião pelos estudiosos ocidentais. A palavra Shinto ("Caminho dos Deuses") foi adotada do chinês através da combinação de outras duas palavras: "shin" que significa "deuses" ou "espíritos"; e "to" ou "do", que significa "estudo" ou "caminho filosófico".
 
Saindo da Ásia e tomando um caminho universal podemos citar outra doutrina, filosofia ou crença que também eleva o ser-humano ao contato com espíritos. O espiritismo é um conjunto de doutrinas espiritualistas que acreditam na possibilidade de comunicação com os espíritos através de médiuns. O termo também se refere ao culto religioso que pratica esta doutrina. O kardecismo é uma doutrina muito conhecida no Brasil por ser incansavelmente divulgado por um de seus maiores representantes e incentivadores, o médium mineiro Chico Xavier, que pregava o evangelho segundo Alan Kardeck.
 
Dentro do âmbito espírita é quase que obrigatório as referências as religiões africanas, que tem como estrutura a evocação de espíritos. As religiões tradicionais africanas também referidas como religiões indígenas africanas, englobam manifestações culturais, religiosas, espirituais no continente africano. Os africanos tradicionalistas quase sempre reconhecem a existência de um Deus Supremo que criou o Universo (Olodumare, Olorun, Ifá etc.). Uma parte da Mitologia Africana foi levada para as Américas pelos africanos escravizados, as que mais se tem notícia é a mitologia fon daomeana, yorubá, igbo, fanti, ashanti, angola, congo, bantu, que mais tarde tornou-se uma mitologia mestiça nas religiões afro-americanas, religiões afro-cubanas, religiões afro-brasileiras.
 
A mitologia fon daomeana que cultua os Vodun's foi para as Américas e Caribe formando assim as religiões no Haiti, República Dominicana e Cuba, o Voodoo nos Estados Unidos, Jamaica e Trinidad e Tobago, e o Candomblé Jeje no Brasil. A mitologia congo é mais frequente ser encontrada na diáspora africana de diversos países, na Kumina da Jamaica, na Regla de Palo em Cuba, no Voodoo dos Estados Unidos e no candomblé bantu no Brasil.
 
A fé africana mais conhecida é a dos Orixás da mitologia yorubá, onde se encontra a gênese de religiões como a Santeria ou Lukumi através do Candomblé ketu e de várias nações, Xangô do Nordeste, Batuque, Xambá, Omolokô, Umbanda (e suas vertentes), Quimbanda e outras. O que a todas é comum é o culto pelos Orixás, o que diverge entre elas é a maneira de fazer esse culto.
 
Nossa viagem pela fé desembarca no Brasil, mas ainda dentro das manifestações espiritas, no norte do brasil podemos usar como exemplo a fé dos habitantes que a mais tempo ocupa o território nacional, os índios. Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos tinham fé nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.
 
No Brasil as manifestações de fé acontecem em todos os cantos, mas ainda na região norte temos a maior procissão do Brasil, o círio de Nazaré. A fé do paraense é posta à prova ao lutarem para seguir a procissão segurando a corda presa ao andor de Nossa Senhora de Nazaré. Ocorrida sempre no segundo domingo do mês de outubro, durante 15 dias, Belém, a capital do estado do Pará fica em festa para celebrar essa data do calendário católico apostólico romano.
 
Seguindo a viagem até o Nordeste, no mês de junho todas as capitais desta região se tornam uma grande celebração a três santos, São Pedro, Santo Antônio e São João. As quadrilhas, comidas típicas, bebidas, trajes e a sempre protagonista fogueira de São João são os pontos altos da festa. Manifestação de fé do nordestino, começou como uma celebração da colheita, explicando então a fartura apresentada nas tão famosas quermesses e arraiais de toda região nordeste.
 
Chegando à região centro-oeste do Brasil, mais especificamente no estado de Goiás, a fé brasileira acontece através da religiosidade nas manifestações católicas que se fazem presentes em festas e cultos, um dos mais tradicionais da região é a festa do divino espírito santo. É provável que o costume de festejar o Espírito Santo tenha chegado ao Brasil já nas primeiras décadas de colonização. A festa apresenta características únicas e elementos como a pomba branca, a santa Coroa, a coroação de imperadores e a distribuição de esmolas.
 
Na região sudeste mais especificamente em Minas Gerais a fé se faz tão presente que se torna dia a dia do povo, fora as tradicionais missas de domingo, as ladeiras históricas de minas ganham a luz das chamas das velas nas procissões da semana santa. Tapetes de serragem no chão com temas cristãos e as centenárias igrejas barrocas das cidades do sul de minas fazem o fundo para esses cortejos religiosos.
 
O Brasil por muitas pesquisas é apontado como o país mais católico do mundo, e um dos maiores símbolos de devoção da fé católica é a imagem de Nossa Senhora. Arrasta multidões em igrejas e procissões, é sempre ponto alto nas celebrações cristãs. Em São Paulo, mais especificamente no vale do Paraíba existe o maior templo erguido em homenagem a santa de devoção dos brasileiros. Romeiros de todos os lugares do Brasil atravessam centenas de quilômetros até a cidade de Aparecida do Norte. A imagem venerada por milhares de pessoas foi encontrada por pescadores no rio Paraíba do Sul, na região onde nasceu a cidade de Aparecida, nome dado justamente por conta do aparecimento da santa nas águas do rio.
 
Despois de uma longa viagem pela fé do homem pelo mundo e pelo Brasil vimos diversas formas da manifestação da fé, seja ela através dos mistérios que cercam as crenças ou através da ciência, da filosofia, das religiões ou das manifestações folclóricas. O fato é que as três raças que formaram nosso país deram uma cara misturada, miscigenada. Índios, negros e brancos juntos fez do Brasil, o país da fé, um país onde palestinos, islâmicos, cristãos, judeus, budistas, umbandistas, candomblecistas, espiritas e hindus convivem em plena harmonia. O país da fé com todas as adversidades e desigualdades existentes da uma lição de tolerância quando falamos de união de povos e crenças.
 
Em 2012 a A.R.C. Flor de Liz crê num carnaval movido pela fé, seja ela a fé de Deus, do homem ou da ciência. A fé em um grande desfile mostrando as diversas formas de crer sabendo que jamais será realmente desvendado esse mistério embora tenha contato comumente com esse oceano inexplorado como disse o teórico em sua frase:
 
"Não sei como o mundo me vê, mas eu me vejo apenas como uma criança brincando a beira mar e me distraindo de vez em quando com uma concha que se destaca, enquanto o vasto oceano da verdade se espalha totalmente inexplorado diante de mim."
(Sir Isaac Newton).