::.. CARNAVAL 2008 - G.R.C.A.B.E.S. TRADIÇÃO ALBERTINENSE................................
FICHA TÉCNICA
Data:  04/02/2008
Ordem de entrada:  8
Enredo:  Entre Festas, Crenças e Irmandades. A Verdadeira Liberdade!
Carnavalesco:  Régis Silva
Grupo:  3
Classificação:  2º
Pontuação Total:  199,75
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Rinaldo Lopes
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

Compositores
Compositores: Maurício de Jesus/ Ezekiel Muvuca/ Delley Antonelli/ Rodrigo Pochete

 

Grandes abolicionistas revolucionários

E muito eles fizeram para o cenário escravo

Se modificar

Pelos quatro cantos se ouvia

A real cidadania, canto livre pelo ar

Irmandades estendendo amigas mãos

Junto com a religião, ajudou a emancipar

A não perseguir o trabalhador

E não deixar mais censurar

 

A negritude é presente

Passado e todo futuro

Cultura africana, vivos ideais

Herança linda dos meus ancestrais

 

A distância não foi impedimento

Para quem o mar atravessou

A arte negra, relutando

Exercesse o pleno fundamento

E com o passar do tempo e negro regressou

Fazendo valer todo o seu direito

Festejos invadindo a madrugada

Saudava a nossa gente libertada

Que até hoje faz história no meu carnaval

Nosso desfile é mais que um memorial

 

É festa, é crença, também é nosso terreiro

Que a Tradição Albertinense vem resgatar

A liberdade um bairro negro brasileiro

Orgulhosamente brasileiro.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: Rinaldo Lopes

 

Para o carnaval 2008 a Escola de Samba Tradição Albertinense resgata a história e a origem de um dos maiores redutos da comunidade negra da cidade de São Paulo, local de grandes festividades religiosas, marco de atividades abolicionistas e movimentos culturais nas irmandades: o Bairro da Liberdade.

No final do século XIX os escravos de ofício ou de ganho, somados aos escravos domésticos, partiam para conquistar seu primeiro e pequeno espaço no centro urbano paulistano em transformação: a rua.

Durante os encontros nas ruas os negros podiam entoar certos cantos de trabalho como sempre fizeram nas lavouras ou nas atividades mineradoras, ou improvisar batucadas e danças ao final do dia de trabalho. Alguns pontos de encontro se formaram, como no Largo do Rosário, local de comércio dos vendedores de quitutes, defronte às igrejas na Rua São Bento, onde puxavam as ladainhas, ou no chafariz no Largo da Misericórdia, onde buscavam água. Portanto, a primeira conquista de seu próprio espaço o negro a obteve nas ruas, território público e desvinculado da casa do senhor, onde podia circular com certa autonomia.

Além das ruas, os negros tornaram as irmandades espaços onde poderiam exercer, também com certa autonomia, suas práticas e experiências culturais. Irmandades como a de Nossa Senhora do Rosário ou Nossa Senhora dos Remédios eram instituições religiosas católicas negras, que serviam de pontos de encontro informais para a prática de rituais religiosos, naturalmente de caráter sincrético, e em geral realizados após os dias de festa do calendário cristão, quando se podia escutar o batuque e ver certas danças. As irmandades também prestavam serviços à comunidade negra, arrecadando fundos de emancipação ou entrão recolhendo ex-escravos sem moradia.

A partir do novo Código de Posturas de 1886, o Poder Municipal tenta obstruir determinadas atividades na região central, na tentativa de embelezá-lo de acordo com certos critérios estéticos europeus. Ficam proibidas as atividades comerciais das quitandeiras ou das quituteiras, os negros são impedidos de trabalhar ou cantar nas ruas, transferem-se os mercados para regiões mais distantes, o carnaval e as festas ficam limitadas.

Por conta da imigração ou pelas subvenções do Estado, a população negra paulistana é violentamente reduzida e isolada em locais mais distantes e obscuros da cidade.

Na passagem para o século XX a região da Liberdade começou a se caracterizar como uma área de população predominantemente negra e como reduto de escravos fugitivos ou abolicionistas. O que antes era local de suplícios e castigos públicos começa a mudar.

Eram redutos abolicionistas a Igreja dos Remédios, que recolhia escravos fugitivos, as casas de Antonio Bento, Juca Frade e João Mendes Gama.

A região era rica nas manifestações e festas populares religiosas, que ocorriam com bastante freqüência, sendo a mais famosa delas a Festa da Santa Cruz, na Igreja dos Enforcados. Inicialmente era uma festa tímida e celebrada por alguns abolicionistas. Mais tarde ganharia contornos de uma grande festa popular.

As festas religiosas continuariam sendo fundamentais para as manifestações dos negros, principalmente para o samba, que ganhava sua forma urbana. Em 13 de maio as festas se espalhavam pelo bairro, onde se ouvia samba-de-bumbo, onde também havia samba-lenço, samba de rosa, tambu e umbigada.

Nesse ritmo os negros da Liberdade viravam a noite do dia 12, cantando, dançando e tocando até amanhecer o dia 13.

Assim, o bairro segregado não é apenas um lugar no espaço da cidade, mas é o próprio grupo social que o ocupa e com ele se identifica.

Com o tempo o Bairro da Liberdade teve suas características alteradas. Porém a história não pode ser apagada ou definitivamente esquecida. Liberdade, um bairro negro brasileiro.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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