Deus disse: "Que as Águas que estão debaixo dos céus se ajuntem num mesmo lugar, e apareça o elemento árido" e assim se fez. Deus chamou ao elemento árido Terra e ao ajuntamento das águas Oceano e Deus viu que isto era bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o terceiro dia.

O oceano, talvez a maior inspiração do criador, e em suas águas mais profundas, nos (seres viventes) ainda em formação como pequeninas moléculas agrupando-se umas as outras. E lá no céu no seu esplendor encontrava-se a Lua iluminando o espaço preenchido com a ajuda das chuvas que insistia dia após dia, levando as águas (elemento indispensável para formação dos seres vivos). E foi nessa combinação de moléculas, que gerou as mais famosas formas vivas que a natureza esculpiu: peixes e plantas num misto de mistério e beleza. Reinos distintos fizeram do oceano sua eterna morada. Porém, o mais ousado de todos os seres que até se julga a imagem e semelhança do criador - o homem - saiu em busca do desconhecido, mas nunca ficando longe do oceano, pois sabia que dependia dele para sua sobrevivência, mas sempre permaneceu com os pés na Terra.

Talvez o primeiro continente habitado pelo homem fosse a Atlântica. Segundo a lenda, os antigos gregos tiveram de resistir a terrível invasão de um povo vindo do mar Atlântico. Os tempos passaram e o homem na sua busca infinita, observou que no firmamento (céu) algo tinha forma semelhante em que outrora teria visto no oceano, porém, tinha um brilho que o encantou, um brilho que só as estrelas do céu possuíam. Assim foi surgindo a astrologia e a ciência. O homem foi aprendendo a sobreviver de outros meios além do oceano. Explorou uma infinidade de coisas que a terra lhe proporcionou, até que um dia o continente da Atlântica tornou-se pequeno para sua inquietação, veio a necessidade de conhecer outras terras e o homem se deparou com aquele que um dia teria sido seu lar - o oceano.

O homem sem perceber teria perdido os segredos do mundo submerso. Veio o medo e com o medo os mitos, as lendas. Então mergulhou num oceano imaginário, onde habitam monstros, serpentes marinhas, homens peixe, medusas, sereias, etc... Não havia outra saída, teria que enfrentá-los, sentia a necessidade de novas conquistas do além mar, criou novos Deuses e aliou- se a eles. Posseidon (mais tarde Netuno para os romanos), o Deus do oceano, que com seu tridente a mão desbravava qualquer perigo. Confiante o homem provavelmente os Atantes, lançou-se novamente ao oceano conquistando novos continentes e influenciando novos povos, como talvez os Fenícios, Gregos e Egípcios, os percursores da navegação.

O homem continuou mergulhando nas profundezas do imaginário e misterioso oceano, criando mitos, lendas e deuses como: Iemanjá a Rainha do Mar, Sereias, Nereidas, etc... Em sua incessante busca, aperfeiçoou a navegação, conquistou novas terras e novos povos.

Só nos tempos atuais, para ser mais exato, nas últimas décadas depois de poluírem os oceanos e praticarem a pesca predatória o homem percebeu que nas profundezas do grande Titã, o oceano ainda tão misterioso, talvez esteja a maior conquista para o século XXI, até mais importante que a conquista espacial. A aquacultura já é uma realidade, no futuro para as imensas necessidades de um mundo super povoado, o homem terá que dar início a cultura do oceano da mesma maneira como a muito tempo se aplicou a agricultura na Terra.

Jacques Cousteau nos revelou muitos mistérios que as profundezas oceânicas contem, criou o termo oceanautas: comunidade submarina, que deveria viver sob as águas com o mesmo conforto da vida em Terra firme.

Seriam os oceanautas os Atlantes do futuro?