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		A Escola de Samba Príncipe Negro entra na 
		folia, mostrando a história do carnaval no nosso país. 
		Ao contrário do que se imagina, a origem 
		do carnaval brasileiro é totalmente européia, que desembarcou no Brasil 
		com as primeiras caravelas portuguesas e os primeiros foliões. 
		O Catolicismo não adotou o carnaval, 
		suportou-o com certa tolerância, já que a fixação do período 
		carnavalesco gira em torno de datas predeterminadas pela própria igreja 
		que deu a anexação ao calendário religioso, pois o carnaval antecede a 
		Quaresma. É uma festa pagã que termina em penitência, na dor de 
		quarta-feira de Cinzas. A comemoração carnavalesca data do início da 
		colonização, sendo uma herança do entrudo português. 
		O entrudo era uma festa, onde as pessoas 
		se atiravam umas as outras a água, a farinha de trigo, o polvilho, a 
		lama e frutas podres. E faziam a folia da elite, dos peões, brancos e 
		negros. 
		Com o passar do tempo e devido a 
		insistentes protestos, o entrudo civilizou-se, adquiriu maior graça e 
		leveza, substituindo as substâncias nitidamente grosseiras por outras 
		menos comprometedoras, como os frascos de borracha ou bisnagas cheias de 
		lança-perfumes, o papel picado, o confete e a serpentina. 
		Apesar do estrondoso sucesso dos bailes de 
		salão, foi na esfera popular que o carnaval adquiriu formas genuinamente 
		autênticas e brasileiras. 
		Com a constante repressão ao entrudo, o 
		povo viu-se obrigado a disciplinar as brincadeiras de rua, passando a 
		utilizar a organização das procissões religiosas da elite para a 
		comemoração do carnaval: apareciam então os blocos e cordões, o 
		aparecimento do Zé Pereira (tocador de bumbo). Era o nome dado ao 
		cidadão português José Nogueira de Azevedo Paredes, o introdutor no 
		Brasil do hábito português de animar a folia carnavalesca ao som de 
		bumbos, zabumbas e tambores, tocados pelas ruas, grupos que originariam 
		mais tarde as escolas de samba. 
		Formados por negros, mulatos e brancos de 
		origem humilde, os cordões animavam as ruas ao som dos instrumentos de 
		percussão. Sofreram forte influência dos rituais festivos e religiosos 
		trazidos da África. Foram os elementos africanos, que contribuíram de 
		forma definitiva para o seu desenvolvimento e originalidade, levando 
		para as gerações seguintes o costume de se fantasiar no carnaval. 
		Os cordões possuíam música própria, 
		desfilavam com estandarte e eram comandados pelo apito de um mestre. Daí 
		a importância que tiveram para a formação das futuras escolas de samba. 
		PRINCIPAIS FIGURAS CARNAVALESCAS 
		A Colombina, o Arlequim, o Pierrô e o 
		Momo, personagens que personificam o carnaval brasileiro. Embora, sendo 
		de origem européia, bem como as armas carnavalescas. O lança perfume, o 
		confete e a serpentina. 
		Em todo o Brasil o carnaval é comemorado 
		sendo que em cada estado, essa manifestação popular sofreu a influência 
		do folclore de sua região. Os Estados que mais contribuíram para a 
		perpetuação do carnaval na nossa cultura foram: a Bahia com os afoxés, 
		os trios elétricos - maculelês, em Pernambuco, o frevo dançado por 
		multidões e os blocos de Olinda com os bonecos grandes de papel marche 
		que desfilam pelas ruas da cidade. 
		No Rio de Janeiro e São Paulo há muitos 
		bailes de salão e as escolas de samba com luxuosas fantasias e adereços. 
		Nos estados do Amazonas e Maranhão temos 
		os maravilhosos festejos carnavalescos do Boi-Bumbá e do Bumba Meu Boi, 
		que atraem milhares de foliões. 
		Nos outros Estados, geralmente aparecem 
		traços peculiares, maneiras diferentes de celebrar a folia momesca. Mas 
		a grande tendência registrada no Brasil inteiro é a do carnaval se 
		homogeneizar segundo a fórmula carioca: de um lado, o carnaval de salão 
		(luxuoso ou popular); do outro, o desfile das escolas de samba. Assim o 
		carnaval vai se transformando num ritual padronizado em todo o país. 
		O carnaval é a maior manifestação popular 
		do povo brasileiro. 
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