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		O Vale Encantado nesse ano traz seu 
		carnaval voltado para o descobrimento do Brasil e suas conseqüências. 
		
		Os anos de 1500 e 1600 foram os anos das 
		grandes navegações e descobertas para Portugal. 
		
		Assim D. Manuel (Rei de Portugal) 
		pretendia encontrar uma nova rota para as índias e instalar duas 
		feitorias, uma em Sofala (Moçambique) e outra em Calicute (Índia). 
		
		Então em 8 de março de 1500 com o objetivo 
		de contornar toda a costa africana e chegar às Índias, Cabral parte com 
		sua esquadra composta por 13 embarcações, levando 1500 homens, dentre 
		eles, a guarda pessoal de Cabral, besteiros, marinheiros, soldados, 
		passageiros, serviçais, degregados, frades franciscanos e funcionários 
		para a feitoria de Safala e Calicute, entre eles, o contador Pero Vaz de 
		Caminha. 
		
		Ao chegar próximo de Cabo Verde, onde 
		Vasco da Gama informara a Cabral ter avistado aves voando a oeste, que 
		indicavam a existência de terras próximas, Cabral toma rumo a oeste, e 
		ao chegar próximo à Ilha de Abrolhos a frota se depara com sargaços 
		flutuantes, algas botelhos, rabo de asno e as gaivotas fura-buxos (aves 
		da anunciação do Brasil). 
		
		E no dia seguinte, 22 de abril, os homens 
		repicam os sinos e se amontoam no tombadilho, "terra à vista", avistaram 
		um grande monte: o Monte Pascoal (por ser tempo de Páscoa). Ao 
		entardecer, a frota deparou-se com serras mais baixas ao sul do grande 
		monte. Elas surgiram cobertas de um arvoredo denso. Estava descoberto o 
		Brasil. 
		
		Então a 23 de abril os portugueses 
		avistaram sete ou oito homens; embarcaram os capitães dos outros navios 
		em pequenos barcos por ordem do comandante e foram para a Nau Capitania 
		para uma breve reunião. Logo após, Cabral manda à terra Nicolau Coelho, 
		que estivera na Índia com Vasco da Gama, Gaspar da Gama, que além de 
		Árabe falava o dialeto Hindu, um grumete da Guiné e um escravo, de 
		Angola. Foram reunidos assim homens dos três continentes conhecidos na 
		época, capazes de falar seis ou sete línguas diferentes. 
		
		Mas não conseguiram travar diálogo algum 
		com os nativos, quando chegam à praia, os nativos se aproximam do barco, 
		todos com arcos e flechas. Fizeram a primeira troca. Coelho jogou à 
		praia um gorro vermelho, um sombreiro preto e a carapuça de linho que 
		usava em sua própria cabeça, iniciando-se ali essa cruel aliança. 
		
		Assim, o índio com sua total inocência não 
		poderia imaginar o que acontecera em Calicute, Arábia, Etiópia, Pérsia e 
		na Índia, onde esses conquistadores e exploradores, vindos de além mar 
		haviam conquistado. 
		
		Dominado, escravizado e convertido esses 
		povos em novos cristãos, empregando o uso da força e se aproveitando do 
		total despreparo dos nativos, que nessa ingênua troca estariam trocando 
		além de seus arcos e flechas e cocares, estariam também selando seu 
		futuro, o futuro de sua terra, fauna e flora, pois do dia para a noite 
		passaram da idade da pedra para a idade do ferro. Árvores de pau brasil 
		que demoravam em média meio dia para serem derrubadas com um tacape, 
		passou a demorar quinze minutos com a chegada do machado de ferro. A 
		fauna e os minerais também foram prejudicados com a exploração e a 
		pirataria, centenas de aves e muito metais e pedras preciosas foram 
		levados de nossa terra. 
		
		E aquele índio que vivia livre, com seus 
		ritos e mitos, caçando e pescando sempre respeitando e preservando a 
		natureza, sentiu e ainda sente o peso daquela inocente troca. No 
		decorrer dos anos foram mais de cinco milhões de índios dizimados pelos 
		exploradores. 
		
		"É ai que perguntamos: será que foram bons 
		ventos que levaram ao descobrimento". 
		
		Esse ano, o Vale Encantado vem para a 
		avenida relembrar esse episódio de nossa história, pois o Brasil tem 
		muito mais pra dar e só depende de nós, já que outros quinhentos virão. 
		
		Salve o Brasil 
		
		Salve o samba 
		
		Salve o Vale Encantado. 
		
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