
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) nasce da luta pelo direito a viver com dignidade. Nasce do ventre da luta feminina, das mãos que cuidam, constroem e resistem. É na força das mulheres que se ergue essa entidade, feita de coragem, de histórias costuradas no tecido da pobreza urbana, onde a omissão do Estado se faz mais cruel. As mulheres que levantam casas com as próprias mãos, que alimentam filhos com o pouco que têm, são também as que lideram ocupações e bradam por justiça. O MTST carrega essa raiz: feminina, firme, fecunda.
Mais do que telhas e paredes, o movimento defende o princípio de que a moradia é um direito, não é uma mercadoria. Enquanto os prédios vazios dormem em silêncio, a cidade se enche de vozes caladas pelo desalento. A especulação imobiliária transforma lares em cifras, ruas em vitrines e vizinhanças em desertos de concreto. O MTST denuncia essa lógica perversa que constrói cidades fantasmas, onde o lucro vale mais que a vida, e onde o medo substitui o acolhimento.
É por isso que o clamor do movimento ecoa com três palavras primordiais: teto, trabalho e pão. Porque nenhuma família deveria escolher entre comer e morar, entre sonhar e sobreviver. O MTST luta para que todos tenham um chão onde pisar, um lar onde descansar e uma mesa onde partilhar. Sua luta é o gesto de plantar esperança no asfalto, de erguer dignidade onde antes só havia abandono — é a poesia mais bonita que a cidade pode recitar.
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