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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.E.S.C.E.S. ISSO MEMO - CARNAVAL 2022
Enredo: A Voz do Morro se faz presente! Canta Bezerra da Silva... O Embaixador da nossa gente!

O Grêmio Recreativo
Autor: Não Informado

1º Setor: A Falsa Esperança
 
Filho de família pobre, Bezerra da Silva nasceu no Recife em 23 de fevereiro de 1927. Sua mãe, Hercília Pereira da Silva, foi abandonada pelo marido, Alexandrino Bezerra da Silva, quando estava grávida do filho.
 
Bezerra conheceu o trabalho ainda menino. Ajudava a família fazendo pequenos serviços, vestindo camisa feita de saco de pano e andando de pé no chão.
 
Aos 15 anos de idade, depois de ser expulso da Marinha Mercante, Bezerra da Silva viajou para o Rio de Janeiro, para procurar o pai e fugir da pobreza. Fez a viagem em um navio que carregava açúcar e estava apenas com a roupa do corpo. Encontrou o pai, mas com mais atritos, acabou ficando sozinho.
 
Passou a trabalhar na construção civil como pintor de paredes e tinha como endereço a obra na zona central da cidade, onde exercia sua profissão. Pelos idos de 1949, começou a se enamorar de uma "dona" e foi morar com ela no Morro do Cantagalo, na Zona Sul. O episódio que Bezerra gostava de contar desse período era o "caso do pijama". Vivendo com o dinheiro racionado, Bezerra encantou-se com um pijama exposto em uma vitrine e juntou dinheiro para comprá-lo. Levou o pijama para casa em uma terça, para estreá-lo no domingo. Na sexta-feira, ao voltar para casa, encontrou a mulher com quem vivia acompanhada de um homem. Para piorar a situação, o homem vestia o pijama que Bezerra havia comprado e ainda não havia usado. Houve gritaria no barraco, a vizinhança ficou alvoroçada. Bezerra, no meio da confusão, correu para uma gaveta. Todos pensaram que dali sairia uma arma, mas Bezerra puxou um cigarro e um fósforo. Calmamente, acendeu o cigarro e disse ao homem: "A mulher você pode levar que não vale nada, mas o pijama você tira, que é meu". Esse episódio em tom de anedota abre uma janela para uma vida de privações, na qual objetos às vezes têm mais valor do que as pessoas.
 
O pernambucano Bezerra da Silva absorveu o espírito e o ritmo da cidade do Rio de Janeiro ao morar por vinte anos no morro do Cantagalo. Ali, misturou-se com a bandidagem e com o samba, que corria solto pelo lugar. Para sobreviver no morro, Bezerra teve que recorrer muitas vezes aos próprios punhos e surrar os malandros que queriam tirar dele o escasso dinheiro, obtido à custa de muito trabalho. Isso sem falar no repetido assédio da polícia a que era submetido por ser negro e pobre.
 
Começou a desenvolver a verve musical, a partir do coco de Jackson do Pandeiro, e logo ingressou na bateria do bloco carnavalesco Unidos do Cantagalo, tocando tamborim. Em 1950, conheceu Doca, também morador do Morro do Cantagalo, que o convidou para participar do "Programa da Rádio Clube do Brasil" como ritmista - além do tamborim, tocava surdo e instrumentos de percussão em geral. Boêmio e malandro, foi detido dezenas de vezes pela polícia e acabou desempregado em 1954. Durante muitos anos viveu como morador de rua em Copacabana, quando chegou a tentar o suicídio.
 
E assim por esse percurso de sua vida, ele percebeu que suas esperanças sempre foram falsas, ao achar que fugir de suas raízes mudaria sua história.
 
2º Setor: O Renascimento
 
Mas para a vida sempre há uma segunda oportunidade, após tentar suicídio foi salvo e acolhido em um terreiro de umbanda. Lá, descobriu sua mediunidade e soube, através de uma mãe-de-santo, que o seu destino era a música.
 
Convencido de que não deveria mais procurar trabalho no ramo da construção civil, reinventou sua vida como músico profissional e compositor.
 
Sob o nome artístico José Bezerra, teve as composições "Acorrentado" e "Leva teu gereré", em parceria com Jackson do Pandeiro, lançadas no primeiro álbum da carreira do pernambucano, em 1959. Na primeira metade da década de 1960, ingressou na orquestra da gravadora Copacabana Discos, que acompanhava vários artistas de renome, e também teve novas composições, assinadas com outros músicos, gravadas por Jackson do Pandeiro, como "Meu veneno" (com Jackson do Pandeiro e Mergulhão), "Urubu molhado" (com Rosil Cavalcanti), "Babá" (com Mamão e Ricardo Valente), "Criando cobra" (com Big Ben e Odelandes Rodrigues) e "Preguiçoso" (com Jackson do Pandeiro). Em 1965, a cantora Marlene gravou "Nunca mais", uma parceria de Bezerra com Norival Reis.
 
Em 1967, compôs seu primeiro samba, chamado "Verdadeiro amor", que foi gravado por Jackson do Pandeiro naquele ano.
 
No final daquela década, mudou o nome artístico para Bezerra da Silva e, em 1969, gravou um compacto simples pela Copacabana Discos, com as músicas "Mana, cadê meu boi?" e "Viola testemunha".
 
Seu primeiro LP, "Bezerra da Silva - O Rei do Coco Volume 1", seria apenas lançado em 1975, pela gravadora Tapecar, e teve como destaque a canção "O rei do coco". No ano seguinte, pela mesma gravadora, lançou "Bezerra da Silva - O Rei do Coco Volume 2", cujo maior destaque foi "Cara de boi".
 
A partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra. Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Cao Cao". Em 1995 gravou pela gravadora CID "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. E assim também Bezerra da Silva proclamou-se "a voz do morro". O epíteto não era desprovido de sentido, já que Bezerra registrou em suas gravações a dura experiência dos que vivem nas franjas da sociedade brasileira, em particular nas favelas do Rio de Janeiro. O próprio Bezerra conhecia bem a pobreza e a violência que cantava com tanta desenvoltura.
 
3º Setor: Legado para nossos corações
 
Em 2001 tornou-se evangélico neopentecostal da Igreja Universal do Reino de Deus. Em 2005, perto da morte, mas ainda demonstrando plena atividade, participou de composições com Planet Hemp, O Rappa e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.
 
Em setembro de 2004, foi internado em uma clínica privada do Rio de Janeiro com pneumonia e enfisema pulmonar e chegou a ficar por quase uma semana em coma. Um mês depois, o sambista passou mal novamente. Foi levado ao Hospital dos Servidores do Estado, onde foi internado com problemas pulmonares e faleceu em 17 de janeiro de 2005, aos 77 anos.
 
Ainda naquele ano, teve lançado postumamente seu disco evangélico Caminho de Luz.
 
Foi casado com Regina de Oliveira, que também foi sua empresária e uma de suas compositoras, sob o pseudónimo de Regina do Bezerra.
 
Antes de se tornar neopentecostal ao final da vida, Bezerra foi ligado à umbanda e assíduo frequentador do terreiro do Pai Nilo, em Belford Roxo.
 
Um de seus filhos, Ytallo Bezerra da Silva, também seguiu a carreira de músico.
 
O sambista pernambucano foi tema do livro "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Leticia Vianna, lançado em 1998.
 
O rapper Marcelo D2 lhe prestou homenagem quando lançou em 2010, pela gravadora EMI, o álbum "Marcelo D2 canta Bezerra da Silva", no qual perfilou parte da obra interpretada pelo sambista.
 
Em 2012, foi lançado o documentário "Onde a coruja dorme", de Márcia Deraik e Simplício Neto, que destaca os compositores de suas músicas, trabalhadores anônimos, que abordavam em suas letras temas da realidade brasileira como o malandro, o otário, o alcaguete, a maconha. O filme teve origem no curta-metragem homônimo, lançado onze anos antes.
 
Outro legado é o incontestável e único estilo do típico malandro carioca com seu boné brad brim estampado até hoje inspira muitos admirados em rodas de samba.
 
Contudo em sua vida e suas vivências, José bezerra. (Bezerra da Silva deixa seu legado ao coração do povo, proclamando-se "a voz do morro".
 
O epiteto não era desprovido de sentido, já que Bezerra registrou em suas gravações a dura experiência dos que vivem nas franjas da sociedade brasileira, em particular nas favelas do Rio de Janeiro. O próprio Bezerra conhecia bem a pobreza e a violência que cantava com tanta desenvoltura.
 
Os principais temas de suas canções foram a vida do povo e os problemas da sociedade e das favelas, como a exploração e a opressão sofridas pelos trabalhadores, a malandragem e ladrões à margem da lei, a questão do uso de drogas como a maconha e a condenação à caguetagem (delação de companheiros). "Essas músicas que eu canto são de compositores que são servente de pedreiro, camelô, outro tá desempregado, outro limpa o carro da madame da mulher e da cozinha”.
 
E assim esse lendário se faz presente na vida da gente!
 
A Escola de samba Isso Memo trás Bezerra da Silva com sua boêmia que nos contagia a sermos eternos sambistas!

 


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