Sinopse:
 
1° Setor: As Belezas Naturais
 
Há duas ilhas perdidas nas águas do oceano, lá no continente africano onde a natureza se desdobra em uma harmonia inexplicável. A vista se revela como um quadro mágico, pintado com tonalidades de azul turquesa que se fundem com a transparência das ondas dançantes. As águas cristalinas que cercam essas ilhas são como um espelho líquido, refletindo a luz do sol de maneira intensa e brilhante. Peixes coloridos nadam graciosamente ao seu redor, corais exibem suas formas incríveis e criaturas marinhas únicas espreitam em cada recanto.  Ao pisarmos nesse lugar mágico nos deparamos com sua biodiversidade única. Nas florestas interiores, escondem-se espécies raras de aves e animais exóticos, local de morada do grande pássaro Tucaro, uma espécie única que suas penas vermelhas parecem fogo e seu bico amarelado lembra o ouro. Flores vibrantes de todas as cores imagináveis pintam a paisagem, emanando perfumes deliciosos e atraindo uma infinidade de insetos polinizadores, embaladas pelos milhares de ervas medicinais que brotar somente ali entre suas margens faz deste ser um lugar exuberante. Neste maravilhoso paraíso só existia a Natureza e as divindades que ali habitavam. Acredita-se que nessas ilhas era o Recanto e morada dos orixás, divindades africanas e que por isso a paz reinava em perfeita harmonia.
 
2° Setor: A Cobiça do homem
 
Eis que tanta beleza natural despertou o interesse e a cobiça de homens. Batizadas de São Tomé e Príncipe este conjunto de ilhas foi intocável pelas mãos humanas por muitos séculos, até que por um descuido do destino e o desejo de poder, fizeram com que dois portugueses se descobrissem esse paraíso. Após esse período de "descoberta" as ilhas foram saqueadas em suas riquezas naturais, muito ouro foi extraído, minérios roubados, a fauna e a flora usurpadas e tornaram as ilhas colônias portuguesas, com isso Portugal trouxe escravos de outras étnicas africanas, escravizando reis e rainhas do Congo e Angola. Agora aquele que já sido o lugar de paz e harmonia se tornou um cenário de melancolia e dor. A notícia da descoberta de novas terras rodou o mundo, com isso, várias outras civilizações tentaram dominar as ilhas, os japoneses chegaram logo na sequência e para eles aquele lugar era um símbolo de equilíbrio e queriam restaurar a paz, mas não tiveram sucesso. Logo depois exploradores indianos também tentaram dominar as ilhas, em sua filosofia as ilhas representavam a espiritualidade leveza do universo, fizeram de tudo para expulsar os portugueses, mas não conseguiram alcançar o que almejavam. Outros países europeus também tentaram conquistar essas terras: para os ingleses este lugar seria um símbolo de força e poder; para os franceses o marco da sabedoria, mas nenhum obteve sucesso em conquistar a ilha tomando-a efetivamente de Portugal, assim o local foi se tornando uma grande colônia portuguesa, e outras civilizações desistiram da missão de conquistar o local. Por ser uma área vulcânica, seu solo era muito fértil, frutos como a cana de açúcar o cacau e o café foram plantados e exportados para todo o mundo, desta maneira era evidente que os portugueses só queriam explorar.
 
3º Setor: A Busca pela Liberdade
 
Cansados de tanta exploração e de trabalhar em grandes plantações para levar luxo e riqueza para os portugueses, um grupo de escravizados, pediu com todas as suas forças que Obatalá, Deus supremo, os ajudassem. Foram dias, semanas, meses de preces, esgotados chegando ao seu limite acharam que nunca iriam sair daquele cenário desumano, e foi então, em uma noite de lua cheia, ao olharem para o céu, avistaram uma luz branca se aproximando, era uma luz linda, que transmitia uma enorme paz interior, em nenhum momento pensaram em sentir medo ou sair daquele lugar. Aquela luz mágica era Obatalá, a quem eles tanto aclamaram ajuda e socorro e foi assim que eles foram orientados a liderar todos os demais escravizados, pois juntos eles conseguiriam escapar das tiranias dos portugueses e teriam a sonhada liberdade. Vários dias se passaram e a sede por dias melhores motivaram a todos. Com fé e esperança ganharam um combustível para que mudanças ocorressem e foi assim que em uma noite de lua cheia ao avistar novamente aquela linda luz no céu, os escravizados se rebelaram, e o açoite que muitas vezes foi acometido com eles agora era realizado contra aqueles que os tinha escravizado. Foi uma batalha árdua e dura, ambos os lados tiveram diversas perdas, mas o que parecia improvável aconteceu: naquela noite as ilhas foram libertas dos tiramos que abandonaram o local, fazendo São Tomé e Principe um lugar independente. Assim as terras foram para as mãos de quem era de direito. Os reis e rainhas que haviam sido escravizados, foram libertos e uma nova era começou! Tambores rufaram, o canto de Liberdade ecoou e uma verdadeira Kizomba foi instaurada para comemorar o dia em que o Negro recuperou o seu devido lugar!
 
Kizomba: o tipo de uma festa para comunidades negras.