EXPLANAÇÃO DO ENREDO

ENREDO

Bons ventos me levam... Sopram-me versos diversos que escrevem na linha do tempo inverso, em poesia, uma história que recrio em fantasia nesse sonho de carnaval. Tece assim uma rede, a Vila Famosa, hoje ainda mais formosa, a contar essa prosa, para uma porção de terra, que encerra cercada de encantamento e magia e que até hoje em dia é um lugar sem igual.

Paraíso ancestral dos concheiros, longínquo Éden a se descobrir por inteiro e ao Novo Mundo espantar, embora tão antes, visitada por tantos de além mar, foste o oásis coberto de encanto, a ilha, bela, maembipe, recanto, porto do escambo, terra de tudo a ofertar, da natureza generosa a te cobrir como manto, do vislumbre ao remanso quando se ouve um bando de tangarás a cantar.

Vila que se fez colônia, a alimentar a coroa sob as bênçãos de São Sebastião, a esboçar-se cidade no vai e vem de naus que trazem os senhores e a escravidão. Vistes das tuas praias pisarem a areia a Europa e a África; então, a fundir-se em culturas, misturando-se suor e agruras, no engenho e na plantação. Vila Bela da Princesa, Vila de Maria Tereza, ilha, filha de d. Carlota e do rei D. João.

Ilha dos mistérios escondidos, dos mares bravios, armadilha, a desafiar aventureiros e a afundar seus navios, praias do alento do descanso dos marinheiros, ilha de encantaria e de lendas, de corsários destemidos, de feitiço e sedução. Terra que guarda sombria, quiçá, um tesouro, Terra do Nunca, do sim e do não, bafejada de bom e de mau agouro, ilha da fantasia.

Ilha de beleza sem fim, Ilha Bela, enfim! Paraíso insular, és a "felizcidade", na vida que segue a se mostrar assim, impregnada de história, a ostentar toda a formosura, na Vila Maria que desfila em mais uma aventura, a desaguar em esplendor como se fora uma de suas lindas cachoeiras, a te banhar de Sol e te iluminar ao mundo. Eis aqui o teu momento de glória e, por fim, eis-me aqui, a mais famosa, te retratando em samba, nos conduzindo à vitória!