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		  Navio  Negreiro ou Tumbeiro era o nome dado aos navios de carga para o transporte de  negros escravizados, especialmente os africanos, até o século XIX. 
		 Aprisionados  no interior da África subsaariana por outros africanos que lucravam com o  tráfico, os escravos eram conduzidos em marcha forçada até o litoral do  continente. Os sobreviventes que não haviam sido comercializados localmente  eram despojados de suas roupas e eventuais pequenos pertences que ainda  carregassem consigo, para serem vendidos aos comerciantes europeus, que os  embarcavam nos navios negreiros. Neles, os escravos eram destinados aos porões  da embarcação, onde ficavam presos em grupos às correntes. Cada navio levava em  média quatrocentos africanos amontoados. As precárias condições higiênicas  aumentavam em muito as chances de sucumbir à travessia, os prisioneiros eram  mantidos agrilhoados, subindo ao convés muito raramente e nestes momentos eram  violentados de todas as formas, principalmente as mulheres, nossos antepassados  eram obrigados a lançarem os corpos de seus patrícios que haviam sucumbido e  também os que apresentavam quaisquer indícios de que não sobreviveriam à  travessia, também nestes momentos, alguns burlando a vigilância, se lançavam ao  Mar cometendo suicido. 
		 A viagem para o Brasil durava de 30 a 45 dias  conforme o lugar de partida e de chegada. O destino no mercado Brasileiro era o  mesmo a todos; os mercados onde eram comercializados como  mercadoria. 
		 O  tráfico de escravizados perdurou manchando os Mares e somente entrou em  decadência forçada pela Inglaterra, quando então os navios negreiros eram  perseguidos e afundados com toda sua carga humana. O nefasto comércio, então se  torna interno e ganha outros contornos aqui no Brasil como a prática de  senhores de escravos emprenharem suas mucamas para depois vender os filhos  nascidos desta violenta relação. 
		 Já  no Brasil, iniciava-se a MARGINALIZAÇÃO DO NEGRO, com os 7 atos oficiais: 
		1º.  Ato: IMPLANTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL, se deu para contemplar os REIS de  Portugal e Espanha, através do Papa Nicolau, onde concedeu com a autoridade  Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os  sarracenos e pagãos reduzindo essas pessoas à PÉRPETUA ESCRAVIDÃO e APROPRIAR E  CONVERTER EM SEU USO E PROVEITO E DE SEUS SUCESSORES. O poder colonial usou a  SANTA IGREJA para impor seus interesses escravocratas. 
		2º.  Ato: LEI COMPLEMENTAR À CONSTITUIÇÃO DE 1824, onde pela legislação do IMPÉRIO,  os negros e os portadores de moléstias contagiosas não podiam frequentar  escolas. Na realidade, não permitiam que o negro alavancasse uma ascensão  social, econômica e política de um povo, através do saber. 
		3º.  Ato: LEI DE TERRAS DE 1.850, decreta que as terras deveriam ser compradas  autorizando assim, o ataque e extermínio dos QUILOMBOS que eram comunidades  autossuficientes criadas por negros que conseguiam fugir do jugo escravocrata e  que em sua organização também abrigava brancos pobres e indígenas. Essa lei foi  constituída para que a terras fossem tomadas dos negros, dificultando o acesso  à TERRA, tendo sido depois editada nova lei que perdurou até o ano de 1.900  onde em muitos locais do Brasil, ao negro era proibida a venda e compra de  propriedades. 
		4ª.  Ato: GUERRA DO PARAGUAI (1864-1887), onde os negros eram ofertados em  quantidades maiores para defender o Brasil. Para cada branco, 10 negros eram  ofertados no lugar. Um grande números de negros foi morto neste confronto. Os  pelotões Negros eram sempre a linha de frente e não tinham sequer calçados. 
		5º.  Ato: LEI DO VENTRE LIVRE (1871), onde as crianças a partir da data do decreto  da lei, eram livres, porém esta lei separava as crianças de seus pais,  desestruturando as famílias negras. O objetivo desta lei foi tirar a obrigação  dos senhores de fazendas de criarem crianças negras. Havia um acordo possível,  onde o proprietário e a mãe, caso esta aceitasse, a criança poderia permanecer  junto a mãe até os sete anos de vida, a partir daí, trabalharia até completar  21 anos, para pagar os gastos que o fazendeiro tivera com sua alimentação. É  nesta situação que se fomentou a lei que dá a emancipação ante aos 21 anos, que  perdura até a atualidade. 
		6º.  Ato: LEI DO SEXAGENÁRIO (1885), onde o escravo quando atingisse seus 60 anos de  idade ficariam automaticamente livre, porém o objetivo desta lei era tirar os  velhos negros das fazendas e jogá-los na rua, doentes e impossibilitados de  trabalhar para suprir suas necessidades. 
		7º.  Ato: DECRETO DAS IMIGRAÇÕES EUROPÉIAS (1890), LEI que incentivava a entrada de  imigrantes europeus e só autorizava entrar no Brasil, o negro que tivesse a  autorização do Congresso. Essa manobra se deu para impedir que os negros  ocupassem vagas nas indústrias, e com isso surgisse uma classe média negra com  poder e colocasse em risco a Teoria do EMBRANQUECIMENTO que visava tornar o  Brasil um país de pessoas somente brancas. 
		Em  13 de maios de 1888, a LEI ÁUREA, foi assinada pela bisneta de D. joão VI, Dona  Isabel, princesa Imperial do Brasil. 
		Lei  que abolia a escravatura no Brasil, porém a esta altura, somente uma pequena  parte da população negra ainda vivia sobre o regime da escravidão. Além das  fugas e abrigos nos espaços quilombolas resistentes, os demais tinham  conseguido a libertação através dos próprios esforços com o trabalho de  angariar fundos para compra da liberdade, que as irmandades como: do Rosário  dos Homens Pretos faziam, ou então o árduo trabalho dos Abolicionistas. 
		Os negros com o passar dos anos, aos poucos e através de muita luta  e resistência, apesar do feroz “Racismo à brasileira”, vem  conquistando   espaços na   sociedade Brasileira,  porém, ainda apesar da exclusão provocada pelo monstro do racismo, foram  conseguindo empregos, escolas e então passaram a ter seus sonhos, aos poucos,  realizados. O sonho que também é de toda a Nação Brasileira, afinal somos a  maioria neste País que só existe como potência graças aos esforços árduos de  nossos antepassados. 
		Sonhavam com um vida muito melhor aos seus filhos, com direito a  boa alimentação, escolas, cultura, casa própria, carros e outros bens  materiais, porém sabiam que passariam por muitas dificuldades. 
		Aos poucos e através das AÇÕES afirmativas como as COTAS NO ENSINO  SUPERIOR, o negro vem conquistando seus DIREITOS como: espaço na mídia, na  música, na arte e cultura participando ativamente da vida social do País. Em  todos os espaços podemos ressaltar a presença das valorosas MULHERES NEGRAS que  mantiveram com determinação os valores da história do povo negro. 
		Na musicalidade, um grande número de artistas NEGROS,  muito vem contribuindo para o crescimento  cultural, como também na TELEVISÃO, TEATRO, CINEMA e LITERATURA. 
		No esporte o NEGRO também marcou e ainda marca forte presença em  diversas modalidades, citamos aqui o ídolo da seleção Brasileira de Futebol e  do Corinthians, “ZÉ MARIA”, porém há outros que levaram o BRASIL ao topo do  pódio em jornadas olímpicas, como ZÉQUINHA BARBOSA, JOAQUIM CRUZ, DAYANE DOS  SANTOS, entre outros. 
		Na política, poucos NEGROS se destacaram, porém um hoje se destaca  até como orgulho do PAÍS, o presidente do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, “JOAQUIM  BARBOSA”. 
		Na fé, somos um País abençoado por uma SANTA NEGRA, NOSSA SENHORA  DA APARECIDA, encontrada pelos pescadores dentro de um rio. Isso vem nos  mostrar que o sentimento é muito maior que a cor da pele, que é apenas um  detalhe quando todos nós BRASILEIROS somos unidos pela fé. 
		No carnaval, o NEGRO marca forte presença, nas lutas pelo samba e  nas formações de escolas, ranchos e cordões. Alguns nomes que se destacaram  como Pé Rachado, Seu Nenê, Geraldo Filme, Seu Carlão, entre tantos outros. 
		Mas apesar da cor e do sofrimento, podemos dizer que hoje o negro  trilha por caminhos de igualdade, de lutas e glórias, de suor mas com  conquistas. A cada dia o NEGRO reforça o seu valor, afinal, a pele escura tem o  mesmo sentimento da pele branca, afinal perante à DEUS, somos todos IGUAIS. 
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