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		A palavra jardim, também está ligada a um 
		conceito suficientemente claro e preciso: o encontro entre a obra do 
		homem e a obra da natureza. Em outros termos, da arquitetura da 
		natureza, com o fim estético, capaz de proporcionar bem estar ao homem. 
		Não é por acaso que o Tom Maior está 
		localizado no bairro dos Jardins, e mais uma vez buscando retratar nosso 
		cotidiano, de uma forma inusitada, apresenta o tema "Nosso Jardim de 
		Cada Dia", procurando retratar a beleza natural dos jardins e seus 
		habitantes, percorrendo desde os primórdios tempos da criação do mundo, 
		com Adão e Eva, passando por civilizações antigas, com realizações 
		peculiares e com os quais convivemos e também aprendemos sob diversos 
		prismas e formas diferentes. Não será muito difícil acompanhar a 
		história do homem, através de seus jardins. 
		A imagem do bem estar, está intimamente 
		ligada à figura do jardim desde tempos bíblicos. No Gênesis, 1º livro do 
		Velho Testamento, o paraíso terrestre, é representado por um jardim, O 
		Éden. Aí, Adão e Eva, gozavam da intimidade de Deus, pois viviam em 
		estado de pureza e livres, até que mudaram nosso destino através do 
		pecado do amor, fazendo com que o homem não mais gozasse do Jardim do 
		Paraíso. 
		Dados como este de nosso antepassado 
		vivenciamos através do "Jardim da Infância", que é o "jardim do nosso 
		aprendizado", onde iniciamos nossa vida cultural aprendendo 
		principalmente através do lazer e da diversão, pois é preciso "brincar" 
		para aprender. 
		Historicamente tomamos conhecimento também 
		de um dos mais imponentes jardins: os Jardins Suspensos da Babilônia, 
		que Nabucodonosor (Rei da Babilônia - Século VI a.C.), fez construir à 
		sua amada Semíramis. Sua fama atravessou os séculos, depois de os Gregos 
		o terem incluído entre as Sete Maravilhas da Antiguidade. 
		Os Jardins Suspensos da Babilônia, foram 
		erguidos em elevações de pedra em forma de montanhas, encimados por um 
		terraço quadrangular. "Flutuando", plantas ornamentavam nestas 
		construções e o terraço era utilizado pelos sacerdotes astrólogos, para 
		observação. Sua arquitetura, simbolizava o cosmo em toda sua ordenação 
		celeste, e os jardins marcavam a presença da natureza no mundo. 
		A tradição era aliar ao jardim, as 
		delícias de um paraíso cósmico. O bem estar na Terra, ligava-se a um 
		ideal religioso. Tal fato significa que o jardim, como criação de 
		beleza, entrou na história humana desde épocas muito remotas e sempre 
		foi um elemento importante. 
		Entre Gregos, Romanos e Egípcios, os 
		jardins costumavam ter significado religioso, servindo ao culto de Apolo 
		e Dionísio. Eram adornados com roseiras, fontes, ciprestes ou álamos, 
		mas sempre com a função de propiciar conforto. Surge neste momento a 
		arte dos "mestres jardineiros", atingindo seu auge durante o império. 
		Com o advento do Renascimento, imprimindo 
		às artes, os jardins não ficaram à margem e recobram importância, 
		atingindo novos esplendores. Adquirem formas rigorosamente 
		arquitetônicas. São planejados tendo em vista o terreno, uso e 
		funcionalidade. Neles se cultiva grande variedade de flores e plantas 
		ornamentais, abrindo seus espaços em busca da paisagem circulante. 
		Por estar ligado à conjunção: bem estar e 
		felicidade, simbolicamente teremos o "jardim da diversão", o Jardim 
		Zoológico, onde passamos horas agradáveis e alegres, conhecendo a fauna 
		presente nesta forma de jardim, que proporcionam lazer ao homem, pelo 
		seu colorido e "emissão de luz" proveniente da pureza dos animais que 
		ali habitam, "seduzindo" a criançada... 
		No ramo científico, temos a presença dos 
		Jardins Botânicos, onde são estudados os vegetais, descrevendo seus 
		caracteres, classificando e catalogando-os, chegando até mesmo a 
		utilizá-los como forma de medicamentos naturais; os florais. 
		No Brasil, nosso primeiro jardim de 
		expressão, é o Jardim Botânico do RJ, construído no tempo de D. João VI. 
		Nossa paisagística teve uma grande evolução com a atuação de "Roberto 
		Burle Marx" em 1950, incorporando e realçando novas espécies de nossa 
		flora tropical, fazendo ele uma perfeita conjugação entre as plantas 
		ornamentais aos elementos arquitetônicos modernos. 
		A própria natureza, incumbida de cuidar de 
		suas criações, oferece meios para a sobrevivência, tanto das plantas, 
		animais e nós seres humanos, que muitas vezes não sabemos valorizar. 
		Independentemente da plástica 
		arquitetônica dos jardins, a verdadeira beleza está representada na 
		diversidade de tipos de flores existentes na natureza, com suas formas, 
		cores e aromas. 
		Qualquer distinção, classificação ou mesmo 
		referência que possamos fazer, não conseguiremos jamais dizer qual a 
		mais bela, mas temos a certeza de que uma linda "Rosa" sempre atrairá um 
		belo "Beija-Flor". 
		O enredo traz algumas representações que 
		encantam a todos, sendo de importância vital os elementos da natureza: a 
		água, a terra, o sol, o ar, que complementam qualquer necessidade básica 
		para a preservação de "nossos jardins de cada dia", assim como pássaros 
		e insetos, para a sua fertilização, germinação, crescimento e 
		reprodução. 
		Com toda esta influência e poder de 
		sedução característico às flores, não é por acaso que a Tom Maior almeja 
		num futuro próximo, possuir seu tão sonhado jardim, que está intimamente 
		ligado à figura do seu bem estar. 
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