A alegria é o encanto lúdico que traz a felicidade e através da arte cômica nos faz sorrir. A comédia é um dos gêneros teatrais escritos geralmente em versos, que se trata de um gênero crítico burlesco e humorado que satiriza diversos aspectos da sociedade, incluindo os costumes, hábitos, moral, figuras nobres, instituições políticas, dentre outros. Conta a história que o humor surgiu em manifestações artísticas originadas nos primeiros circos da antiguidade. Existem sinais de que as artes circenses já eram praticadas há 4 mil anos em várias civilizações, desde o Egito, a Grécia, a Índia, até a China. Os primeiros palhaços são originários dos antigos bobos da corte. Os bobos da corte inicialmente eram populares no Egito Antigo e alegravam os faraós. Na Grécia Antiga e no Império Romano os bobos da corte também se espalhavam. Os romanos tinham uma tradição de bobos profissionais, também chamados de balatros. Eles eram pagos por seus gracejos e as mesas dos ricos geralmente eram abertas a eles por conta da diversão que proporcionavam. Além de fazerem rir a todos da corte, eles também declamavam poesias, dançavam e tocavam algum instrumento. Na função de fazer rir, debochavam e criticavam os monarcas indiretamente. Eram espalhafatosos e desde aquela época já usavam máscaras divertidas e diferentes, roupas largas e sapatos engraçados.
 
O primeiro circo na forma que conhecemos hoje foi inaugurado em Londres por volta de 1770 por Philip Astly, um oficial inglês da cavalaria britânica. Nessa época surgiram vários tipos de palhaços com roupas coloridas, brilhos de lantejoulas, gorros pontiagudos, cara branca com pouca maquiagem. Encenavam coisas do cotidiano com mímicas, fazendo o público rir muito. Nesse momento a comédia começa a caracterizar-se pelo tom de humor e sátira com críticas e assuntos costumeiros de aspectos políticos e sociais, sendo que a sua finalidade principal era divertir. Surgem também os grupos cômicos, que lotavam espaços com peças teatrais fazendo história. Nessa mesma época, o dramaturgo, ator e poeta francês Molière, cujo nome verdadeiro é Jean-Baptiste Poquelin, considerado um dos maiores escritores da língua francesa e da literatura universal, faz sua estreia. Seus trabalhos principais incluem comédias falsas, ballets e muito mais. A partir de então, a comédia se disseminou por toda a Europa, chegando com muita força no mundo moderno.
 
Já a história do circo no Brasil surgiu no século XIX, com famílias e companhias vindas da Europa, que aqui se agruparam em guetos, levando entretenimento para as pessoas com suas habilidades circenses. Um dos primeiros palhaços brasileiros foi José Manuel Ferreira da Silva, o Polidoro, que viajou por todo o país a partir de 1870. Desde então, proliferaram estilos de atuação e estruturas diferentes de espetáculos. Foi o início das grandes companhias circenses, que levaram espetáculos para vários lugares do país. As principais atrações sempre foram direcionadas ao humor com palhaços engraçados. Quem anunciava o grande espetáculo de circo ou teatro era o cabaretier.
 
A peça de teatro da comédia brasileira mais marcante foi a obra "O juiz de paz na roça" de Martins Pena, o fundador do teatro de comédia no Brasil, encenada em 1838.
 
De palhaço a artista de cinema, surgia Mazzaropi, ator, humorista, cantor, produtor, roteirista e cineasta brasileiro. Um dos mais conhecidos do humor no cinema nacional. Em meados da década de 1930 surge Carmen Miranda, atriz, cantora e dançarina luso-brasileira que se tornou uma grande estrela nacional e internacional e Jongo de sua prestigiosa carreira artística. Sua dança e música eram contagiantes, dando estímulo à alegria.
 
E como não se lembrar de Charles Chaplin, também conhecido como Carlitos, grande comediante do cinema mudo que também foi diretor, ator, compositor, roteirista, cineasta, editor e músico. Foi o mais famoso artista cinematográfico da era do cinema mudo, e é lembrado até os dias de hoje.
 
Na década de 60 surgia no Rio de Janeiro "O Pasquim", tabloide que, com sua irreverência, humor e anarquia, daria uma nova roupagem e linguagem ao jornalismo brasileiro, sendo perseguido pela ditadura por suas charges humorísticas e críticas ao governo da época. Henfil era um cartunista, jornalista e escritor do jornal que se ornou exilado político e residiu em vários países da América Latina por fazer charges contra o governo militar. Seu principal personagem era um nordestino.
 
A ditadura velava música, teatro, imprensa, cinema e televisão. Foram anos muito difíceis. Após a ditadura as possibilidades do riso se tornaram muito maiores, na esperança de que não haveria mais perseguição, retaliação e tanta censura nos meios de comunicação, teatro, cinema e televisão. Personagens da literatura começam a fazer parte do nosso cotidiano em programas televisivos e cinema. Histórias engraçadas como o "Sítio do Pica Pau Amarelo", que narrava as aventuras da boneca de pano Emília querendo se casar com um porco denominado Marquês de Rabicó, só para ter um título de nobreza, no caso se tornando princesa. O Visconde de Sabugosa era o sabichão do sítio. Além de erudito, era engraçado, por ser todo atrapalhado, e vivia na biblioteca entre os livros. pesquisando sobre vários assuntos.
 
Como não se lembrar da graça do "Chaves" e das aventuras do "Chapolin Colorado"? Para os fãs mais fanáticos, eles ainda estão em muita evidência. Temos também a vovó Mafalda, uma linda palhaça graciosa criada para participar do programa infantil do palhaço Bozo, na década de 80. Nas séries de vários desenhos animados tínhamos a divertida família "Flintstone", que vivia na cidade pré-histórica de Bedrock. Fred e Vilma eram o casal principal da série. O desenho acabou virando filme no género aventura e comédia em 1994.
 
Ainda falando sobre a liberdade de expressão na televisão, vários programas humorísticos foram produzidos e alguns fazem sucesso até hoje. "Planeta dos Homens" foi um programa exibido semanalmente de 1976 a 1982; Jó Soares era um dos grandes humoristas que escreviam textos, e também participava como ator no programa. A crítica política nacional era o prato principal do programa, com muito humor e irreverência.
 
Em histórias mais recentes do cinema, "Piratas do Caribe" se tornou uma das maiores franquias da Disney, que também já produziu inúmeros filmes e desenhos de humor. O filme narra uma aventura que envolve duelos em busca de tesouros, romances e um bom toque de comédia.
 
Atualmente a comunicação tem passado por um processo de transformação com a chegada da tecnologia. O mundo virtual e a alta quantidade de atrações para fazer com que as pessoas fiquem mais felizes têm possibilitado uma rotina recheada de atividades. E, para acompanhar esse novo mundo tão agitado, surgiu a comunicação através das imagens, não necessitando sequer escrever uma palavra, basta uma figurinha de Emoji que tudo que alguém está sentindo ou pensando naquele momento já é transmitido de forma rápida, prática e eficiente.
 
Literatura, cinema, teatro, televisão...
 
Tudo isso mostra várias formas para buscarmos algo a mais para ser feliz. Embora existam diferentes formas de encontrar a felicidade, não existe uma receita que funcione para todas as pessoas. É preciso que cada um de nós faça seu próprio exercício em busca desta realização. No Brasil a alegria é tão priorizada que criaram até uma bateria de feriados para que o Carnaval nos bombardeie de felicidade. E, por esse motivo, a Flor de Vila Dalila vem com este enredo exaltar o humor e a alegria.
 
VEM COM A GENTE SER FELIZ!