
JUSTIFICATIVA
A Leandro de Itaquera apresenta o tema de Enredo "Os seis segredos do Rio Ariaú". Segredos estes que são fontes de poderes, o natural, o cultural, o espiritual, o lendário, o místico e o poder astral, no carnaval de 2024. Uma reedição do inesquecível carnaval de 2001, que se justifica pela atual crise ecológica que vivemos em nosso planeta. Despertar novamente o clamor pela preservação é gritar contra o descaso ecológico que vivemos, afetando diretamente todo o ecossistema Brasileiro. O Rio Ariaú sobrevive dando vida a um bioma local repleto de riquezas, ostentando em suas margens, populações ribeirinhas que guardam como seu maior tesouro sua cultura, suas lendas e sua sabedoria. Mais que uma reedição à Leandro de Itaquera apresenta um grito de alerta, e volta ao coração da floresta na defesa destas águas, seus afluentes e suas porções de terra que justos sustentam a vida, tão preciosa e tão rara.
SINOPSE
Uma viagem que nos leva a ouvir novamente o som das águas, águas sagradas, puras e que trazem em seu novo despertar, o ecoar de tambores que jamais se calarão. São os tambores de Itaquera que ressoam novamente ecoando como guardiões de um grande rio. Desagua novamente em São Paulo, evocado pelo axé do samba o imortal Rio Ariaú. É lendário, é místico, é força da natureza que rasga a floresta, como uma enorme cicatriz que flui pela mata, sendo absorvido pela terra e gerando a vida. E vida de Ribeirinho que em suas margens vive a sua sobrevivência, e que no cair da noite, sobe a luz da lua, recebe destas forças a presença de seres místicos que guardam e protegem a natureza ao seu redor e seus seis segredos. É lenda da onça pintada que protege ou traz o perigo, defendendo os segredos da região.
Em um cenário deslumbrante, os carapanãs, voam sobre as águas atraídas pela luz da lua ali refletida, enquanto os curupiras se mantêm entre árvores em constante vigília protetora, mas são os bravos guerreiros, que se banham em suas águas em busca da pureza e da força necessária para um dia de guerra.
Igarapés, flores e arbustos, terra que germina as maiores e imortais árvores, que vistas por baixo, tocam o céu com suas copas diversas. Lar de pássaros, que voam pelos ares colorindo com cores diversas as margens do grande corredor de águas, celeiro de alimentos, com seus frutos abundantes que sustentam mamíferos e insetos, uma biodiversidade que só não é maior que a cultura gerada pela vivência em sagrada localização.
Dos velhos índios, histórias ecoam geração após geração, do belo boto que seduz mulheres até mesmo a Vitória Regia símbolo do destino de uma bela índia, histórias que viram contos, que viram lendas, que viram folclore, que viram riquezas! Contadas de pai para filho, atravessando o tempo e que as margens do grande Ariaú seguiram o correr das águas em um destino infinito, desaguando na cultura popular de uma país.
Seis segredos, seis fontes inesgotáveis de poder, natural, cultural, espiritual, lendário, místico, astral. Segredos que como uma cidade perdida se erguem entre as matas, segredos que são levados pelas corredeiras, fazendo de cada gota de água existente testemunha da grande corrida da vida, que em seu curso, emana o futuro.
Ao redor do Ariaú, a floresta ainda guarda mistérios e histórias, um grande bioma que precisa ser preservado e que através do rufar dos tambores da Zona Leste diz não a devastação e as queimadas. Conscientizar é preciso, cuidar é necessário, e o ecoturismo na região é uma grande arma de flores no combate as mazelas que assolam toda esta riqueza.
Navegando por este arquivo da mãe natureza, redescobrimos o valor da vida, contrariando as previsões negativas e constatando que o Rio Ariaú está vivo, e que seus segredos ainda se encontram preservados pela força de todos aqueles que lutam por dias melhores.
Os tambores da Leandro ecoam novamente, desperta a simpatia do leão e transforma a passarela nas margens de um rio imortal que corre do Norte do Brasil para o coração da Zona Leste Paulistana.
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